Vamos a fisiologia e entender porque drenagem linfática manual não emagrece, ou elimina adiposidade localizada.
A drenagem linfática manual é uma técnica desenvolvida pelo casal Vodder, onde se trabalha o sistema linfático. O sistema circulatório é dividido em sistema cardiovascular, possuindo o sistema arterial e o sistema venoso; e o sistema linfático. Através do sistema arterial o sangue oxigenado e nutrido é levado para o corpo e pelo sistema venoso é recolhido o sangue pobre em oxigênio e rico em gás carbônico; e nos capilares sanguíneos, composto por uma rede de vênulas e arteríola, ocorre a microcirculação, que são as trocas metabólicas. Através dessa troca metabólica se forma a linfa, que nada mais é que constituintes (líquido, plasma, sais, proteínas) da mesma, que caem no espaço intersticial.
O sistema linfático faz parte do sistema circulatório, sendo responsável pela recuperação das proteínas perdidas nas trocas metabólicas e atua também como sistema imunológico. Portanto, o sistema linfático irá recolher tudo que for "deixado", "caído" da microcirculação. Existe uma lei, chamada lei dos capilares, que admite a entrada e saída de líquido dos capilares, permitindo assim o equilíbrio das pressões, para o surgimento de edema existem algumas causas básicas: pressão positiva do líquido intersticial, pressão do capilar aumentada, pressão coloidosmótica intersticial aumentada; aumento da permeabilidade do capilar, sistema linfático bloqueado; uma vez existindo algum desses comprometimentos resultará no edema e é aí que entra a drenagem linfática manual, auxiliando na dissipação desse líquido acumulado, então irá atuar como facilitadora, promovendo o equilíbrio das pressões, com eliminação mais rápida do excesso de líquido intersticial e substâncias tóxicas, melhorando nutrição celular e oxigenação.
Até aqui só falamos de líquido, nada de gordura.
Seguindo a linha temos a formação da gordura… O adipócito, célula que armazena gordura, é composto basicamente de colesterol (20%) e triglicerídeos (80%). Os triglicerídeos são compostos de ácido graxo e glicerol, e quando adquirimos, por meio da alimentação, mais energia do que gastamos diariamente, o adipócito começa a armazenar essa energia, e graças a receptores que temos no corpo, em uns lugares mais e em outros menos, resulta no acúmulo de gordura. Então a gordura localizada é o acúmulo regionalizado da gordura corporal e não traz riscos à saúde. Diferente da obesidade, que é o acúmulo generalizado da gordura corporal e traz riscos à saúde.
Nos tratamentos estéticos utiliza-se de recursos, para que a quebra da gordura seja feita, o triglicerídeos é quebrado em ácido graxo e glicerol, e esse por sua vez deve ser gasto, com atividade física, para que o ácido graxo e glicerol não se juntem novamente e transformem em triglicerídeos, gerando um novo acúmulo no adipócito.
Então focamos em alguns mecanismos principais, que são: inibir a adipogênese (formação de adipócitos), inibir lipogênese (formação de gordura) e estimular a lipólise (quebra da gordura), para que dessa forma consigamos combater a gordura localizada.
Juntando tudo, chegamos à conclusão que uma coisa não tem nada a ver com outra, a drenagem linfática manual foi desenvolvida para auxiliar o sistema linfático, que como foi explicado não tem relação com gordura e sim com líquido; outro ponto que deve ser frisado é que os movimentos da drenagem linfática são superficiais, lentos, suaves, não influenciando o tecido adiposo.
Dito tudo isso, vamos aos tratamentos corretos, se quer tratar gordura localizada, temos tratamentos maravilhosos para esse fim, que definitivamente não é a drenagem linfática manual.
Fonte: Estética na TV