Nunca me incomodei com as minhas sardas. Ao contrário: as defendia com unhas e dentes quando alguém sugeria que eram resultado de excesso de sol. Convivo com elas desde criança, mas a lua de mel acabou depois de uma visita a Paris no último verão, numa viagem a trabalho cujo objetivo era justamente apresentar novos produtos de tratamento para a pele.
Comecei a me questionar sobre o tom não uniforme da minha e as manchas que já estavam se formando por causa do acúmulo dos pontinhos marrons. Do dia para a noite, me vi reaplicando a cada 30 minutos o filtro solar e procurando nas farmácias produtos potentes para acabar com o problema. O que era charme de adolescente (que me fazia aparentar bons anos a menos) passou a me dar a impressão de pele malcuidada – mesmo sabendo que minhas sardinhas têm origem genética e que por isso não existe tratamento definitivo contra elas.
Para diminuir pelo menos a intensidade no rosto, resultado de descuidos de verões passados, procurei uma solução clínica.
De volta ao Brasil, marquei consulta com a minha dermatologista, que estranhou meu incômodo repentino, mas me sugeriu um tratamento com luz pulsada naquele mesmo dia.
Conhecido como Limelight , o procedimento teve dor suportável e durou cerca de 15 minutos – uma sessão foi suficiente. Ouvia os disparos de uma luz intensa e logo em seguida sentia o calor, resultado da energia dissipada que destrói a melanina da sarda, deixando as pintas num primeiro momento mais escuras.
"Um leve processo inflamatório, com direito a vermelhidão e maior sensibilidade, decorre dessa energia captada pelos alvos na pele", explicou a especialista. A vermelhidão na região das bochechas nos primeiros dias não me incomodou muito, mas a maior surpresa foi quando as casquinhas das sardas começaram a cair depois de cinco dias do tratamento. O algodão de limpeza e até o travesseiro ficavam cheios de pontinhos pretos. Cada dia me via diferente, já que meu rosto começava a ficar mais "limpo" e com uma textura ótima – o laser também é usado para estimular a síntese de colágeno.
Já acostumada ao novo visual, hoje tenho orgulho da saúde da minha pele, que sempre foi bonita, mas era camuflada pelas manchinhas. Como o Limelight despigmentou bem as sardas, produtos clareadores, como os da recém-lançada linha White Lucent, da Shiseido, e filtro solar são itens indispensáveis daqui para frente. Também tenho adorado brincar mais com make, investindo no blush marcado e até em delineadores coloridos – tudo para chamar atenção para o que antes era escondido com base e corretivo.
Fonte: Vogue