O Melasma é uma hiperpigmentação adquirida caracterizada pelo aparecimento de máculas (manchas) acastanhados localizadas principalmente no rosto. Ocorre preferencialmente em mulheres hispânicas e asiáticas e em cerca de dez por cento dos homens.
As manchas comprometem áreas expostas, são extensas e sem delimitação. O melasma pode ser dividido em malar (maça do rosto), centrofacial (testa) e mandibular conforme a região comprometida. Ele pode aparecer ou piorar na gravidez, e neste caso é chamado de cloasma gravídico. O diagnóstico do melasma é essencialmente clínico, podendo ser classificado em superficial (epidérmico) ou profundo (dérmico) conforme o local do excesso do pigmento melânico.
A causa do melasma é desconhecida estando envolvidos fatores genéticos raciais, hormonais e ambientais como a radiação ultravioleta. O cloasma gravídico está associado as mudanças hormonais deste período e em geral desaparece após o parto.
Ainda não houve identificação de genes específicos ligados ao melasma, mas a prevalência maior nos hispânicos e asiáticos além da ocorrência familiar sugerem a participação genética.
A participação do estrógeno e progesterona na etiologia destas manchas tem fortes indícios pela relação tanto com a gravidez como com o uso de anticoncepcionais. Dosagens séricas destes hormônios em mulheres com melasma são normais e idênticas aquelas do grupo controle.
Os níveis do hormônio melanotrófico também não apresentam alterações nos pacientes com melasma.
Alguns trabalhos sugerem a relação do aparecimento do melasma com doenças da tireóide especialmente aquelas auto imunes.
Outros, demonstraram a elevação sérica do hormônio luteotrófico (LH) , sugerindo relação com algum grau de hiperandrogenismo.
Já foram encontrados receptores estrogênicos nos melanócitos cultivados e demonstrou-se que o hormônio aumenta a melanogenese (formação de melanócitos) e a atividade da tirosinase. Alguns estudos também comprovaram que tanto o estradiol, estriol e estrona em níveis fisiológicos estimulam a formação de melanina e atividade do tirosinase.
A radiação ultravioleta do sol e de lâmpadas artificiais estimula os melanócitos "in vivo" e em culturas. A melanogenese induzida pela radiação ultravioleta é bastante complexa envolvendo receptores hormonais do hormônio melanotrófnco participação da vitamina D3, além do desencadeamento de cascata inflamatório com formação de radicais superóxidos.
A pele com melasma parece responder mais intensamente ao estímulo da radiação ultravioleta.
Tratamento
Para o tratamento do melasma devemos traçar um plano estratégico para obter resultados mais satisfatórios uma vez que trata-se de dermatose crônica, e de etiopatogenia desconhecida.
É importante no tratamento do melasma que haja consciência da necessidade de proteção solar diária, além de evitar o excesso de radiação sempre que possível.
Outros fatores devem ser enfatizados como evitar o uso de drogas fotosensibilizantes. O uso de anticoncepcionais precisa ser descontinuado para obter melhores resultados uma vez que há associação direto do estrógeno e progesterona com o melasma.
A agressão e manipulação da área com melasma deve ser evitado. Toda inflamação no local tende a escurecer mais a mancha devido a pigmentação pós-inflamatória.
A inibição da síntese de melanina pode ser feita com vários clareadores como determinados ácidos e alguns tipos de laser.
Conclusão
O tratamento do melasma é difícil, porém há respostas muito adequadas. Geralmente ocorre recidiva se houver exposição ao sol. Isto ocorre porque os melanócitos desta região tem um comportamento fisiológico alterado que deve estar relacionado ao mecanismo hormônio receptor.
Fonte:bemestarmed
Fonte da imagem:bemestarmed