As toxinas botulínicas, proteínas derivadas do Clostridium botulinum, devido à sua capacidade de inibir as contrações musculares, estas toxinas têm sido amplamente utilizadas no tratamento de muitas doenças do movimento involuntário em procedimentos cosméticos. No entanto, segundo pesquisas , para ser eficaz, cada molécula da toxina deve estar associada a uma molécula de zinco nos tecidos humanos após a injeção.
Publicada no Journal of Drugs in Dermatology, após uma pesquisa com 72 pacientes acompanhadas por médicos da Faculdade de Medicina Baylor, do Centro de Câncer MD Anderson, do Hospital Metodista e da Universidade Weill Cornell, todos no Estado do Texas, nos Estados Unidos, os pesquisadores, concluíram que no tratamento com Botox, a complementação oral de zinco e fitase (uma enzima que estimula a absorção do zinco pelo intestino) prolonga a duração do efeito após a aplicação de toxina botulínica, quando comparada a indivíduos que não realizaram o procedimento.
Nem todo zinco ingerido na dieta é absorvido, consequentemente não estando disponível em quantidade suficiente para associação com a molécula de toxina botulínica. Uma pessoa com quantidades inadequadas de zinco nos seus tecidos, poderá ter o efeito do botox significativamente reduzido. Os níveis de zinco podem ser aumentados através da ingestão de alimentos relativamente ricos nesse metal, como por exemplo, frango, carne, ovos, cereais integrais, feijão e legumes, mas muitos desses alimentos podem também bloquear a absorção de zinco. Há uma série de razões pelas quais a absorção de zinco pode ser inibida. Entre ele os fitatos, um grupo de compostos contendo fosfato, que se ligam fortemente ao zinco no ambiente intestinal e previne a absorção de zinco. Fitatos são encontrados em pães integrais, produtos de trigo integral, cereais, leguminosas. Muitos dos alimentos ricos em zinco também contêm fitatos, por isso pode ser difícil aumentar e monitorar os níveis de zinco através da dieta.
A fitase é uma enzima que degrada eficazmente fitatos, devido a isso a adição de fitase na dieta tem demonstrado eficaz redução no teor de fitato de vários alimentos, com efeito benéfico sobre a subsequente absorção mineral. Fitases são quimicamente conhecidas como mio- inositol-hexaquifosfato fosfohidrolases e catalisam a liberação sequencial de fosfato a partir de fitato. A desfosforilação de fitato é um pré-requisito para melhorar o valor nutricional, porque a remoção de grupos fosfato a partir do anel inositol diminui a força de ligação mineral de fitato. Isso resulta em uma maior biodisponibilidade de minerais essenciais na dieta, como zinco.
A suplementação da combinação de zinco e fitase apresentou aumento na duração do efeito da toxina de aproximadamente 30% em 92% dos indivíduos, proporcionando uma potencial redução na frequência de aplicações dessa toxina. Em 84% dos indivíduos suplementados com zinco e fitase foi observado aumento significativo no efeito da toxina, enquanto que nenhum aumento significativo foi observado nos indivíduos suplementados apenas com zinco e lactulose (placebo).
A administração é indicada por 5 dias, em duas doses diárias, totalizando 10 tomadas. Deve ser iniciada 4 dias antes e mantida até o dia da aplicação, promovendo, dessa forma, uma maior ligação da toxina botulínica nos pontos necessários, bloqueando a transmissão do impulso nervoso que leva à contração muscular. Segundo a pesquisa não há efeitos colaterais, desde que sejam respeitadas as dosagens indicadas. Pacientes devem evitar a ingestão concomitante da suplementação com outros medicamentos, observando um período de pelo menos 2 horas antes ou depois de qualquer outro medicamento ou suplemento oral . A ingestão de níveis elevados de zinco pode causar sintomas gastrointestinais como náuseas, vômitos, diarreia, dor de estômago, assim como tontura, disfunção renal, anemia e diminuição da função imunológica. A administração demasiada da fitase pode causar absorção elevada de zinco, resultando nos efeitos secundários mencionados anteriormente , por este motivo sempre consulte seu médico antes da ingestão de qualquer suplemento .
Referências:
http://www.farmaciadehon.com.br/admin/visitas/841-dermato_sinactaze_fitase.pdf
Literatura técnica da distribuidora do Zytase – Eden Aesthetics distribution, Londres.
Simpson LL, Maksymowych AB, Hao S. The role of zinc binding in the biological activity of botulinum toxin. J Biol Chem. 2001 Jul 20;276(29):27034-41.
List Biological Laboratories, INC. Botulinum Neurotoxins, Califórnia – USA , 1994.
Vikas K, Amit KS, Makkar Harinder PS, Klaus B. Dietary roles of phytate and phytase in human nutrition: A review. Food Chemistry [2010, 120(4):945-959].
Koshy JC, Sharabi SE, Feldman EM, Hollier LH, Patrinely JR, Soparkar CNSEffect of dietary zinc and phytase supplementation on botulinum toxin treatments. J Drugs Dermatol 2012 Apr 1; 11(4):507-12.
Fonte: Revista Negócio Estética
Fonte da imagem: Google