Uma pesquisa realizada por cientistas da King’s College, de Londres, descobriu que pessoas que têm tendência a sofrerem com acne têm também maior propensão a possuir telômeros mais longos nos glóbulos brancos, o que garante melhor proteção contra o envelhecimento.

"Os telômeros são estruturas constituídas por fileiras repetitivas de proteínas e DNA não codificante que formam as extremidades dos cromossomos, e que os protegem da deterioração durante o processo de replicação. Sua principal função é manter a estabilidade estrutural do cromossoma. Os telômeros gradualmente se quebram e encolhem com o tempo, eventualmente levando à morte celular, o que é uma etapa normal do crescimento e envelhecimento humano. Estudos anteriores mostraram que o comprimento dos telômeros dos glóbulos brancos pode indicar o envelhecimento biológico e está relacionado com o comprimento do telômero em outras células do corpo. "

Em setembro de 2016, um estudo publicado no "Journal of Investigative Dermatology, mediu o comprimento dos telômeros dos glóbulos brancos de 1.205 pares de gêmeos britânicos, entre os quais um quarto afirmava que já tinham tido acne em alguma fase da vida. Levando em consideração idade, peso e altura, as análises mostraram que o comprimento dos telômeros nas peles acneicas eram significativamente maiores, o que torna os glóbulos brancos mais resistentes à deterioração da idade.

"Através de uma outra pesquisa sobre a Acne Genética, também realizada pelos cientistas do King’s College de Londres, foi descoberto que um dos genes asociados ao comprimento dos telômeros também está associado com o surgimento da acne. "

Já é um conhecimento antigo entre os dermatologistas que a pele acneica demora mais a aparentar sinais de envelhecimentos, mas este fenômeno já foi atribuído à maior produção de sebo desse tipo de pele, mas já se sabe que existem outros fatores envolvidos neste fenômeno.

"Os pesquisadores também examinaram biópsias de pele pré-existentes dos pares de gêmeos para tentar identificar genes relacionados à acne. Foi descoberto que um dos genes, que programa a morte celular, era menos expressivo nas peles acneicas. "

Ainda são necessárias, no entanto, muito mais pesquisas e investigações para identificar outros genes ligados ao envelhecimento celular e como eles estão relacionados a peles acneicas.

A Dra. Simone Ribeiro, dermatologista do Departamento de Pesquisa em Gêmeos e Epidemologia Genética no King’s College, explicou: "Por muitos anos os dermatologistas já sabiam que as peles de pacientes com acne demoravam mais a mostrar os sinais de envelhecimento do que a pele daquelas pessoas que nunca tiveram acne em nenhum momento da vida. Embora isso tenha sido observado em situações clínicas, a causa ainda permanece obscura. Através da observação das biópsias de pele, nós começamos a entender os genes envolvidos. Mas é necessário mais trabalho para sabermos ao certo qual gene pode nos mostrar o caminho para futuras intervenções".

A Dra. Veronique Bataille, pesquisadora sênior e também dermatologista do Departamento de Pesquisa em Gêmeos e Epidemologia Genética no King’s College, diz: "Os telômeros mais longos são um dos fatores que protegem contra o envelhecimento precoce. Uma outra descoberta importante é o gene p53, que é um protetor do genoma, é uma descoberta relevante quando comparamos as expressões genéticas da pele de gêmeos com acne e da pele dos gêmeos não-acneicos", finaliza a médica.


Fonte de conteúdo: Negócio Estética

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